terça-feira, 5 de abril de 2011
O menino que matou a sede de meio milhão de africanos.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
"Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."
Em 2000, Cristovam Buarque publicou o artigo A internacionalização do Mundo. O texto correu o mundo e foi traduzido para diversos idiomas. Onze anos se passaram e o texto continua atual e na minha opinião seria bom que todos os brasileiros entendessem o que está escrito. Não é a banalização da preservação da natureza e sim a transformação dela num direito e dever de todos os brasileiros , assim como fazem os outros países com o que eles julgam como suas maiores riquezas.
O Globo-10/10/2000- Cristovam Buarque
Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.
Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
Cristovam Buarque, Doutor em Economia e Professor do Departamento de Economia da UnB (Universidade de Brasília). Foi governador do Distrito Federal pelo PT (1995-98). É o autor, entre outras obras, de "A Segunda Abolição" (editora Paz e Terra).
O Globo-10/10/2000- Cristovam Buarque
Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.
Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
Cristovam Buarque, Doutor em Economia e Professor do Departamento de Economia da UnB (Universidade de Brasília). Foi governador do Distrito Federal pelo PT (1995-98). É o autor, entre outras obras, de "A Segunda Abolição" (editora Paz e Terra).
sábado, 2 de abril de 2011
Se pensarmos bem a vida é igual as quatro estações, você tem grandes amizades e é aquela alegria e comemoração (verão), com o tempo as amizades vão para outros caminhos e são separados por diversos assuntos (outono), ai chega a época que você tem poucos amigos, mas eles são o suficiente para te “aquecer” dos seus problemas (inverno) dando sequência para uma enorme alegria (primavera)
- Gabriel Melo
Um viva à hipocrisia!
Esse texto não é meu achei ele assim que comecei a usar o orkut e até hoje eu lembro.
Vamos fazer uma festa cristã todo dia 25 de dezembro e depois fornicar com desconhecidos atrás do trio-elétrico no começo fevereiro...
Vamos nos orgulhar de nossa raça a cada dia 20 de novembro e fazer chapinha no cabelo todos os outros dias o ano inteiro...
Vamos parar um pouco de reclamar de quem se mete na vida dos outros, pois o Big Brother vai começar...
Vamos nos dar o direito de falar mal do nosso governo, mesmo sem saber o nome do vice-presidente do país! (Aposto que você não sabe!)...
Pois o que nós prezamos é respeito e boa conduta, fazemos da vida de uma puta um best-seller nacional...
Mas não vamos sair hoje não, com o tráfico financiando, a criminalidade aumenta cada vez mais. Vamos ficar em casa... e acender um baseado. . .
Isso aí!!!
UM VIVA À HIPOCRISIA!
Você pode ser quem você quiser, na hora que bem entender, se algo der errado, alegue incompetência. Ninguém contestará sua pureza se vc casar de branco. (nem mesmo você!)
Afinal... somos todos hipócritas
(Texto de Fernando Heanna)
Um viva à hipocrisia!
E lá vamos nós!Vamos fazer uma festa cristã todo dia 25 de dezembro e depois fornicar com desconhecidos atrás do trio-elétrico no começo fevereiro...
Vamos nos orgulhar de nossa raça a cada dia 20 de novembro e fazer chapinha no cabelo todos os outros dias o ano inteiro...
Vamos parar um pouco de reclamar de quem se mete na vida dos outros, pois o Big Brother vai começar...
Vamos nos dar o direito de falar mal do nosso governo, mesmo sem saber o nome do vice-presidente do país! (Aposto que você não sabe!)...
Pois o que nós prezamos é respeito e boa conduta, fazemos da vida de uma puta um best-seller nacional...
Mas não vamos sair hoje não, com o tráfico financiando, a criminalidade aumenta cada vez mais. Vamos ficar em casa... e acender um baseado. . .
Isso aí!!!
UM VIVA À HIPOCRISIA!
Você pode ser quem você quiser, na hora que bem entender, se algo der errado, alegue incompetência. Ninguém contestará sua pureza se vc casar de branco. (nem mesmo você!)
Afinal... somos todos hipócritas
(Texto de Fernando Heanna)
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